O Propiciatório – Êx 25.17-22; 37.6-9; 40.20,21).
O Propiciatório: A tampa de ouro (hebraico: kapporeth; grego: hilasterion) que encaixada, fechava a arca, confeccionada de ouro puro, com as mesmas medidas, 1.10 m de comprimento, por 0,70 cm de largura, com dois querubins de ouro batido nas extremidades da tampa, formando uma só peça com a tampa.
Os querubins deveriam ter suas asas estendidas para cima, cobrindo com elas a tampa, ficavam de frente um para outro, com o rosto voltado para a tampa. No meio desta peça de ouro estava a própria presença de Deus com sua glória (Shekinah) resplandecente, em manifestação visível sobre o propiciatório no meio dos dois querubins.
Deus viria ao encontro de Arão o sumo sacerdote, e falaria ordenando seus testemunhos ao povo de Israel. Quando transportada de um lugar para outro, a arca deveria ter as seguintes coberturas: cobertura do Véu (que separava o Lugar Santo do Santíssimo), cobertura de peles de texugo e estendiam um pano azul por cima das outras coberturas.
- Significa “ação ou efeito de tornar propício.” A palavra grega empregada aqui para “propiciação” é a mesma palavra usada em Hebreus 9.5, traduzida na versão King James como “trono de misericórdia”. Foi o sangue do Senhor Jesus, que transformou o trono de justiça em trono de graça (Hb 4.14-16).
- A doutrina bíblica da propiciação não é aquela que aplaca um Deus vingativo, mas sim torna possível para um Deus de amor e justiça, em retidão com sua Santidade abençoar o pecador arrependido e crente em Cristo. O juízo de Deus havia sido executado e a ira (santidade de Deus em ação contra o pecado) de Deus, apaziguada. Sua justiça fora satisfeita, e agora a misericórdia de Deus poderia fluir abundantemente ao encontro dos pecadores (Rm 3.20-27).
- Os dois querubins representavam “supremacia divina”. Olhavam não para fora para ver o pecado de Israel, mas sim para o propiciatório, espargido com o sangue que faz a expiação. Símbolo de Cristo crucificado. O lugar de encontro entre Deus e os homens. (1) O juízo foi suspenso – (2) a sentença anulada – (3) a lei satisfeita – (4) o pecador salvo e redimido (Hb 10.19-22).
- As figuras dos querubins e do trono de misericórdia formavam uma só peça maciça de ouro batido, formando três figuras (triângulo), representando a Trindade Divina e eterna, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, são um no plano da Redenção.
A Palavra querubim, no original hebraico “querub” tem o sentido de “guardar, cobrir”. Eles possuem uma posição elevada na coorte celestial e se relacionam com a presença de Deus. Possuem a aparência de “brasas de fogo”, “tochas de fogo”, “relâmpagos”. Cheios de olhos por diante, detrás, ao redor e por dentro (Ap 4.6,8) ou seja, observam tudo. Vejamos o que a Bíblia diz a respeito dos querubins (Gn 3.24):
- Deus habita no meio dos querubins (2 Rs 19.15).
- Deus se assenta entre os querubins (2 Sm 6.2).
- Deus está entronizado entre os querubins (Sl 99.1).
- Deus fez sua morada entre os querubins (Sl 80.1).
- Deus voa e cavalga sobre os querubins (Sl 18.10).
- Deus é o criador dos querubins (Sl 33.6).
- Foi ali, no trono de misericórdia que Deus falou a Arão. Deus não tem nada a dizer ao homem sem a mediação de Jesus Cristo e seu sangue remidor. É mediante a fé, pelo seu sangue, é que Jesus Cristo torna-se nossa propiciação (trono de misericórdia). A palavra propiciação significa: “apaziguar, aplacar, satisfazer, tornar favorável, ser propício” (Lc 18.9-14).
- O propiciatório (trono de misericórdia), também, refere-se ao lugar de: santidade, justiça e retidão; expiação e propiciação; misericórdia e reconciliação; comunhão entre Deus e homem redimido; poder e glória e invocação do Nome do Senhor (2 Sm 6.1,2).
- O propiciatório (a tampa) e a arca (o baú) são considerados uma coisa só: “a arca da aliança”. Vemos aqui o conceito da unidade divina – só existe um Deus. (1) Deus é, ao mesmo tempo, transcendental: (acima, além e maior que o Universo que Ele criou) preservando a distinção entre Deus e o Universo (2) imanente (presente e ativo nesse mesmo Universo) preservando sua amorável relação com os seres que Ele também criou (Dt 6.5; Is 44.6,8;Êx 8.22; At 17.24-28).
- Em trânsito pelo deserto a arca da aliança era coberta com o Véu da Separação e ainda por cima colocavam uma coberta de peles de texugos e sobre ela estendiam um pano todo de azul (Nm 4.5,6) – vemos a humanidade perfeita de Jesus (o véu) cobrindo totalmente a divindade (a arca) o Homem-Deus, mas que não perdeu seus atributos (o azul). As peles de texugos revelam que para o não regenerado Ele não tinha parecer nem formosura (Is 53.2).
Pastor Antonio Romero Filho
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