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“Assim diz o SENHOR ao seu ungido, a Ciro”

CIRO – UM HOMEM A FRENTE DE SEU TEMPO

De quase assassinado pelo rei mais poderoso de sua época quando ainda era um bebê ao título de um dos maiores conquistadores da história e criador da primeira grande potência do mundo: Ciro, o Grande, era definitivamente um homem a frente de seu tempo, chegando ao ponto de decretar a primeira carta dos direitos humanos que se tem notícia.

Ciro, o Grande, simplesmente destruía seus inimigos da forma mais eficaz: transformava-os em aliados ou amigos. No fim de sua vida, o Rei Pastor morreu como o bom pastor protegendo seu rebanho do perigo.

Eles o chamavam de Kourash, que significa pastor. Não o chamavam assim porque achavam que esse menino, filho de Cambises, o rei de Anshan, Parsumash e Parsa, iria um dia cuidar de ovelhas, mas porque se esperava que um rei persa fosse o pastor de seu povo” — William Weir

ORIGEM, INFÂNCIA E PRIMEIROS ANOS

Ciro II teria nascido no ano de 600 a.C. na cidade de Ansam, no Irã, mas não se tem certeza. Ciro era filho de Cambises I e Madane, pertencia ao clã dos Aquemênidas da tribo dos Pasárgadas .

Cambises I era o rei dos persas, um rei vassalo do Império Medo. O nome Ciro é o nome dado pelos gregos.

SONHO DE ASTÍAGES: CIRO DEVERIA MORRER

Não se sabe dos fatos sobre o sonho de Astíages nem se de fato o velho rei dos Medos o sonhou. Contudo, diz-se que o rei Astíages, pai de Madane e avô de Ciro, havia sonhado que um dia seria destronado por seu neto, Ciro I.

Astíages ordenou que seu funcionário de maior confiança, Harpago, (mordomo palaciano e general), levasse o pequeno Ciro a algum canto distante e o assassinasse. Contudo, Harpago teria se encantado com a criança e salvado sua vida, ao deixá-lo sob os cuidados de um pastor local.

Harpago reportou ao rei dos Medos que a criança estava morta, mas anos depois a farsa acabou sendo descoberta, o que punha o mordomo em perigo por descumprir ordens diretas do rei.

Diferentemente de Harpago, Ciro parece não ter sofrido eventual dano ou privação, sendo autorizado a retornar ao convívio dos seus pais, Cambises e Madane, tornando-se finalmente príncipe dos persas.

ASCENSÃO DE CIRO II

De volta à Pérsia, Ciro teve acesso ao poder que lhe pertencia hereditariamente e tratou de logo cedo mostrar sua astúcia.

Diz-se que Ciro tinha duas grandes vantagens por ser persa: a primeira por sua região ser donos de um dos melhores cavalos do mundo, os cavalos niseus; e a segunda por sua população, embora analfabeta e agricultora, ser formada por excelentes cavaleiros.

De acordo com William Weir (2009, p. 28, acréscimo nosso):

Eles [persas] só aprendiam três coisas — montar, atirar e dizer a verdade. Sua força, como a dos citas das estepes, estava em serem todos arqueiros montados. Eles também admiravam e seguiam líderes guerreiros astutos”.

Aproximadamente em 559 a.C, o rei Cambises I, pai de Ciro, morre e é sepultado em Pasárgada, deixando o trono para o príncipe agora tornado rei da Pérsia.

Diferentemente do seu pai, Ciro II era um hábil condutor e unificador de povos e rapidamente uniu as várias tribos persas, acabando por causar calafrios em Astíages que ainda era assombrado pelo seu antigo sonho de ser destronado por seu neto.

Ciro dava mostras de que era um líder guiado pelo sucesso e destinado a comandar povos, o que fazia com que o rei medo cada vez mais perdesse influência diante dos demais vassalos e provavelmente tivesse até seu poder contestado por alguns.

Astíages convidou gentilmente Ciro à sua capital, a cidade de Ecbátana, para discutir termos de uma eventual aliança ou coisa parecida, mas Ciro, desconfiado de que seria assassinado, negou-se a ir.

CIRO X ASTÍAGES

O rei dos Medos então enviou Harpago a frente de um exército, enviando outro exército uma semana depois. Este segundo exército era liderado pelo próprio rei Astíages.

O primeiro confronto entre Ciro e Harpago teria sido um empate, onde a experiência militar do mordomo medo, embora com soldados menos equipados, venceu a qualidade militar persa.

Os demais confrontos teriam sido sanguinários e se mantido de forma inconclusiva até a chegada do segundo exército que era liderado pelo rei Astíages.

Vingança de Harpago, a derrota do rei Astíages

Harpago mudou de lado, unindo-se a Ciro contra Astíages. O General Harpago havia explicado ao jovem rei persa que era necessário um confronto entre os exércitos para que Astíages acreditasse que Harpago não só continuava do lado dos medos, como também seria capaz de enfraquecer o exército persa.

Enfraquecer o exército de Ciro para que Astíages chegasse em momento oportuno e aplicasse o golpe de misericórdia, ganhando a glória total do combate, tornando-se famoso por todos os cantos e ainda dando o exemplo aos demais reis vassalos que duvidavam de sua capacidade de governo.

Unidos, Ciro e Harpago derrotaram as forças de Astíages, mas Ciro poupou a vida do rei inimigo permitindo que vivesse em paz e bonança.

POLÍTICA DE CIRO, O GRANDE

Ciro, ao poupar e permitir um confortável modo de vida ao seu avô (o rei vencido), inaugurou uma nova política para com os povos vencidos. Era costume executar governantes e suas famílias após as conquistas, para evitar que herdeiros indesejados reivindicassem o trono de seus antepassados no futuro.

Ciro resolveu fazer o contrário acreditando que um império deveria ser construído com base na confiabilidade da liderança do seu comandante e não no medo do seu chicote. Assim, Ciro permitiu a Astíages viver de modo abastado.

Liberdade religiosa e respeito aos vencidos

Ciro, em troca de tributos e alianças, permitia a liberdade de crença religiosa e que povos conquistados mantivessem seus costumes sem interferência do Estado persa.

Muitos cidadãos das “nações” conquistadas por Ciro recebiam cargos na administração persa, o que facilitava a integração entre os povos de forma espontânea (e não pela força).

Ciro teria percebido que essa política “amigável” deveria ser a base do seu império anos antes, quando visitou as ruínas da cidade de Susa, a antiga capital de Elam.

Na ocasião da visita a Susa, Ciro teve acesso a um testemunho escrito em uma tabuleta de pedra. O escrito se referia ao famoso e temido rei assírio Assurbanipal (668–627 a.C.) sobre a destruição de Elam, o qual reproduzo abaixo:

Eu, Assur-bani-pal, grande rei de todas as terras, tirei a mobília gravada destas câmaras; tirei dos estábulos os cavalos e as mulas com peças adornadas de ouro. Queimei com fogo os pináculos de bronze do templo; carreguei para a Assíria o deus de Elam e todas as suas riquezas; levei embora as estátuas de trinta e dois reis, junto com os poderosos touros de pedras que guardavam os portões.

Assim, devastei inteiramente esta terra e massacrei os que nela moravam. Escancarei seus túmulos ao sol e removi os ossos daqueles que não veneravam Assur e Ishtar [deuses assírios], meus senhores — deixando os espíritos desses mortos para sempre sem repouso, sem oferendas de comida e água. (WEIR, 2009, p. 28)

Alguns anos depois Assurbanipal, o “grande rei de todas as terras”, morria cercado por rebeldes em seu palácio, enquanto sua esplêndida capital, Nínive, era destruída e jogada ao esquecimento.

Esse evento teria marcado profundamente Ciro que não desejava ter o mesmo fim.

CIRO CONQUISTA A BABILÔNIA

Mais uma prova do brilhantismo de Ciro I, a Babilônia e suas possessões também foram arrancadas e incorporadas ao domínio persa, ampliando a vastidão do império da Pérsia até as distantes Fenícia, Síria, Palestina e fronteiras com o Egito.

A Babilônia era uma poderosíssima adversária, provavelmente a mais difícil de ser batida à época, mas que também pouco conseguiu resistir à astúcia do grande comandante Aquemênida e que sucumbiu diante de outra surpresa preparada por Ciro, o Grande.

A conquista da Babilônia

Os detalhes da queda do Segundo Império da Babilônia são controversos. Contudo, sabe-se que ocorreu em 539 a.C. e que à época a Babilônia passava por graves problemas internos, o que facilitou sua conquista pelo exército estrangeiro.

O rei Nabonido, que havia conspirado para a derrubada do antigo rei, Labashi-Marduk, sofria grande pressão da sociedade e do clero babilônico e tudo se agravou com a vexatória popularidade de Ciro, que teria afirmado ser o legítimo herdeiro do trono babilônico.

A queda em si da Babilônia encontra gigantescos entraves de acordo com as referências pesquisadas. Ora se diz que houve batalha campal ora se diz que não houve nem derramamento de sangue, outras vezes é indicado que houve certo e até que a capital da Babilônia teria sido tomada em apenas uma noite.

Em uma das interessantes versões, que se atribui algum crédito, Ciro teria desviado momentaneamente o curso do rio Eufrates, que passava por dentro da Babilônia, para que seus soldados ingressassem na cidade fazendo o caminho do rio sem necessidade de romper os poderosos muros de defesa.

Se isso realmente aconteceu, seria mais uma estratégia brilhante da mente habilidosa de Ciro.

O que, de fato, conclui-se facilmente é que Ciro, o Grande, mais uma vez triunfou sobre um poderoso e perigoso reino vizinho para dar sobrevida aos persas, criando a primeira super potência da história.

Nada era tão vasto quanto o Império da Pérsia.

O Cativeiro da Babilônia e a liberdade dos Hebreus

Um dos grandes motivos pelo qual Ciro teria invadido a Babilônia seria um sonho no qual o Deus dos hebreus — Jeová — teria lhe incumbido de libertar seu povo do chamado Cativeiro da Babilônia.

Em 537 (ou 538) a.C., após a conquista e harmonização da Babilônia, Ciro libertou os hebreus do cativeiro publicando um decreto e lhes devolvendo todas as suas posses que haviam sido tomadas pelos babilônios.

Os hebreus retornaram à Palestina para reconstruir seu modo de vida, tendo ajuda dos persas para isso. Em contrapartida à sua autonomia, os hebreus aceitaram de bom grado pagar tributos aos “messias” da Pérsia.

Ciro, o Grande, é o único gentio (pagão) a ser tratado como “Pastor” pela Bíblia.

CILINDRO DE CIRO – DECRETOS

Após a conquista da Babilônia, Ciro daria prova definitiva que era uma pessoa muito além do seu tempo, quando promulgou um decreto que por vezes é chamado de a primeira carta de direitos humanos do mundo, na qual Ciro diz a todos:

Anuncio que respeitarei as tradições, os costumes e as religiões das nações de meu império e nunca deixarei que nenhum de meus governantes e subordinados os depreciem ou insultem enquanto eu viver…

Nunca deixarei que ninguém se aposse de propriedades móveis ou fixas de outrem à força, sem remuneração.

Enquanto eu estiver vivo, impedirei o trabalho forçado e não pago.

Anuncio hoje que todos são livres para escolher uma religião.

As pessoas são livres para viver em todas as religiões e para conseguir um emprego, desde que nunca violem os direitos das outras.

Ninguém será punido pelas faltas de seus parentes.

Impedirei a escravidão e meus governantes e subordinados são obrigados a proibir a troca de homens e mulheres como escravos dentro de seus domínios de governo. Tal tradição deveria ser exterminada em todo o mundo”. (CIRO, apud, WEIR, 2009, p. 30-31)

ADMINISTRAÇÃO DO IMPÉRIO

Após as grandes conquistas territoriais, Ciro teria se dedicado mais à administração do seu grandioso império, quando tratou de construir grandes palácios e monumentos comemorativos de suas campanhas em Pasárgada, sua capital.

Ciro II também se destacou por deixar um império estável e soberbamente rico, onde muitos, mesmo os povos conquistados, eram gratos à benevolência do grande comandante.

MORTE DE CIRO

A morte de Ciro é outro mistério como sua infância, mas é possível afirmar que tenha ocorrido durante uma campanha militar contra os masságetas, um povo nômade que habitava o oriente do império persa.

A versão mais aceita é a de que Ciro, já com alguma idade, teria morrido em decorrência de ferimentos causados durante a luta. Não se encontrou detalhes sobre como teria sido, mas que acabou com pesadas baixas persas.

Tômiris, a rainha sucessora do masságetas, teria mandado procurar o corpo de Ciro no campo de batalha para que cortassem sua cabeça e a mergulhassem em sangue pela morte de seu filho que teria perecido na batalha.

Ciro, como um bom pastor, morreu protegendo seu rebanho…

LEGADO

O legado de Ciro, o Grande, é imenso e visto nas mais amplas formas, destacando-se seu respeito pelos direitos humanos e a política da boa vizinhança.

Os elevados ideais que presidiram as conquistas de Ciro, principalmente a benevolência demonstrada para com os judeus, fizeram com que seu nome atravessasse os séculos e, graça às páginas da Bíblia, permanecesse popular até nossos dias. (GIORDANI, 1969, p. 275) Isaias 45.1

O túmulo de Ciro II existe ainda hoje em excelentes condições e é tombado como Patrimônio Mundial da Unesco.

Tumba de Ciro o Grande – Foto wikipedia

O Mausoléu de Ciro em Pasárgada, no Irã, ainda resiste à ação do próprio homem devido ao respeito gerado por seu hospedeiro. Créditos: autoria desconhecida.

Fonte: https://incrivelhistoria.com.br

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Antonio Romero Filho

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